quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Variando

A Variação Linguística é riqueza, personalidade da língua, posse de uma nação.
Ah, pois seria muito triste, se exterminássemos  a pureza do Português Coloquial. Todos falariam sérios, com palavras importantes, e sem nenhuma poesia. Usaríamos roupas também sérias, para combinar com nosso novo falar, ternos, vestidos sóbrios pertenceríamos a Nação Monocromática. Tudo igual, sempre o mesmo, nenhuma variante, nenhum tesouro para descobrir.
Nossa que idioma aborrecido, nenhuma palavra original. Sem apelido, sem colorido.
Eu seria Srª Fulana, e você poderia ser Srº Drº Fulano de tal. Oh, mas Fulano e Fulana, é palavra feia, é o falar regional.
Para nós pesquisadores da língua e suas variações, não existe o feio, tão pouco existirá o errado. Pesquisamos o dito, a história da palavra, sua origem, nascimento, é uma maravilha, a pesquisa é descobrimento.
Então no universo do mundo do certo, do português mais que correto.Meu nome seria, Sra. Maria Bem Escrita e Pronunciada, e você Srº Drº José Português Mais que Cultissímo Cultural.
Ora, pois, que língua mais besta, viajaria eu para outro planeta, onde se falasse polenta, caipirinha e respeitassem o falar regional, onde os pratos e palavras seriam importantes, Patrimônio Cultural .
Em um país que desconhece suas origens, a coitada da polenta seria creme de milho de seletissímo milharal. E a caipirinha, tipicamente brasileira, teria o nome pomposo e nada brasileiro, de "drink" de água ardente com açúcar e limão.
Como os pratos típicos, reconheçamos os falares típicos. Aceitamos a variedade, tão comum em nosso Brasil.  É nosso, é original, representado e traduzido para vários países distantes o Português Coloquial. De Ariano, Patativa, Coelho, Soares e Dorival.
Na música, na arte, na comida nas letras, nosso registro flui, como brisa sem fronteiras, água que vence as rochas. Respeite orgulhe se  do falar regional, a norma culta o eterniza, aprendemos nos livros de capas importantes e com seus autores amados e respeitados. Ela é importante para registrar nossa identidade, reproduzida nos grandes livros e nas canções de Wilson Simonal.
É tão sem igual e rica, que nós brasileiros, devemos pesquisar e manter vivo, sem preconceitos e corretivos nosso bom Português Coloquial.
 A variedade é riqueza, repito, é destaque nosso eu criativo e original. Somente o nosso povo conhece a saudade, palavra poética e musical, existe em outros idiomas: missing you (inglês), Sehnsucht (alemão), nostalgie (francês), anhelo (espanhol); e seguiria com tantas mais. Mas, a saudade é nossa, falada, escrita e cantada. Assim, como a vontade de reproduzir o cantar dos pássaaros, usamos na norma culta; o grasnar, piar, assobiar, etc.
Entendemos todos os jeitos, para mantê-lo é importante, pesquisar e reproduzir com clareza, essa singular riqueza da variedade do nosso falar.



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